Posição
4: Privatização total da RTP
No
âmbito da cadeira de Direito Administrativo, foi-nos proposta uma simulação
pelo Professor Vasco Pereira da Silva, de modo a consolidar os conhecimentos
apreendidos ao longo do semestre. A simulação em questão incide sobre o tema da
ordem do dia: a privatização da RTP. O Doutor Domingos Soares Farinho sugeriu
dividir pela turma as diversas posições possíveis em relação ao assunto. A nós
cabe-nos defender a privatização total do canal, posição que nos parece a mais
favorável, na medida em que representa um meio-termo entre o interesse público
(conceito que tem sido deveras utilizado para contrariar esta mesma posição) e
a despesa pública, a qual não pode ser negligenciada em nome de radicalismos
que em nada contribuem para o objectivo que todos partilhamos, ou seja,
reerguer o País.
O problema da RTP é algo que se arrasta há
vários anos. Se analisarmos as contas da RTP no ano de 2001, verificamos um
passivo a rondar os 101 milhões de euros. Esta situação incomportável tem-se
arrastado pelos demais anos criando uma verdadeira situação de agonia
financeira. O “buraco” criado na RTP situa-se agora nos 717 milhões de euros,
estando previsto para o ano de 2012 um prejuízo financeiro de 10 milhões de
euros. Este problema foi criado por vários factores, agravando-se o mesmo com
os tempos de crise em que vivemos. Mas este não é o único factor contributivo
para tal descalabro financeiro, visto que tanto as fracas audiências
televisivas registadas nos dois canais públicos (consultar audiências nas
páginas de anexo), assim como as quebras publicitárias em favor dos privados
ajudaram a agravar a situação. Temos, como exemplo, o programa “Prós e contras” apresentado por Fátima Campos Ferreira que tem
tido uma quebra de audiências. O primeiro programa de Dezembro deste ano
dedicado ao “Valor da Língua Portuguesa” registou apenas 1.7% de audiência
média e 4.6% de share, tendo resultado num recorde negativo de audiências.
Por outro lado, um
programa que também pode ser considerado como prossecutor do interesse público,
o programa “Diário da manhã” do canal TVI, alcançou os 1.4% de audiência média
e os 22.5% de share. Só no primeiro
dia útil de Dezembro foi seguido por 136 mil e 100 espectadores.
Como tal, esta situação tem, por força de um
equilíbrio financeiro, de ser alterada. Consideramos, portanto, que a
privatização do grupo RTP é a única solução eficiente que permitirá uma
concorrência entre canais privados que não seria possível com a existência de
um serviço público. No entanto, não nos esquecemos, porém, do chamado interesse
público sobre o qual o grupo RTP tenta prosseguir. Realçamos esta nossa posição,
dando uma grande importância à televisão no que reporta ao bloco informativo e
cultural do país porque, por um estudo realizado (pode ser consultado nos
anexos), aferimos que 70% dos Portugueses consideram a televisão o meio mais
importante de informação, seguida da internet com 20% e dos restante meios de
comunicação com 10%. Por força desta importância, em tempo algum nos podemos
esquecer da relevância dos programas de interesse público no desenvolvimento
cultural do povo Português, assim como os blocos informativos que permitem que
as pessoas se mantenham a todo tempo actualizadas. Fazemos portanto jus à velha
máxima de que apenas um povo instruído pode desenvolver eficientemente o país.
Sem sombra de dúvidas que a televisão é o principal veículo cultural das
pessoas mais carenciadas, acima de tudo pela dificuldade financeira em aceder a
outros meios de informação.
Com isto
questionamo-nos, por um lado, em que medida é que a informação transmitida pela
televisão pública serve, sem sofismas, o interesse dos particulares. Para
responder a esta questão, podemos começar por analisar quais os interesses que
movem o Estado e as empresas privadas na prossecução da actividade televisiva.
A televisão, sendo o meio de comunicação que actualmente mais se aproxima dos
cidadãos, constitui um instrumento facilmente manuseado de forma a manipular
informação. Quanto ao Estado, as suas actuações visam assegurar uma
conformidade entre a opinião pública e a política levada a cabo pelo Governo,
objectivo que se sobrepõe à obtenção de lucros televisivos. No entanto, esta
sobreposição prejudica essencialmente o povo que, para além de receber uma
informação filtrada segundo os critérios estaduais, está ainda a contribuir
financeiramente para aquilo que não é mais do que uma propaganda política
disfarçada do partido em exercício, contribuição essa que é obtida através das
receitas provenientes de impostos que acabam por ser em parte canalizados para
a alimentação da máquina televisiva estatal. Esta fatia dos impostos podia ser
inferior se houvesse um maior lucro com as audiências, o que não acontece
devido à tal propaganda política, que reduz a um nicho mais restrito de
telespectadores que partilhem dos ideais difundidos pelo canal.
Ora, é neste ponto que as empresas privadas se
tornam mais eficientes, na medida em que o seu interesse principal é o lucro,
pelo que apostam no maior número de audiências possível, através da
imparcialidade informativa política. Podemos enquadrar, nesta lógica, a teoria
do votante mediano de Hotelling, que também é conhecida por princípio da
diferenciação mínima. Esta teoria explica que é mais fácil obter uma maioria de
votos se optarmos por posições intermédias, que evitem extremismos. Se fizermos
uma analogia desta construção à realidade televisiva, constatamos que para
atingir um maior número de audiências, os canais privados vão evitar tendências
políticas demasiado nítidas, apostando em informação imparcial, que interesse a
todas as posições políticas e culturais. Assim sendo, ao atingir o seu
objectivo (o lucro), os canais televisivos privados acabam por satisfazer
melhor o interesse público, dada a maior transparência da informação e o alívio
financeiro que proporcionará ao Estado e, consequentemente, aos particulares.
Podemos concluir este raciocínio com a constatação de que o interesse público
acaba por ser melhor assegurado com os canais televisivos privados do que com
os canais públicos.
Como caso
paradigmático do que acabámos de referir, veja-se o recente despedimento do
ex-Director de Informação da RTP. Segundo este, o seu despedimento ocorreu
porque, e passamos a citar as suas palavras, Não estava alinhado com o governo, a informação da RTP não se alinhava
com este executivo. Tratou-se de um saneamento político. Esta polémica
deflagrou devido à disponibilização à PSP de imagens não editadas captadas
durante a manifestação do dia 14 de Novembro de 2012 sem informar a
administração da empresa. Não terá havido alguma pressão do governo perante o
Conselho de administração da RTP para que fosse despedido? Paira a dúvida no
ar...
O Estado,
tendo como órgão executivo o Governo, e fazendo a RTP parte da Administração
Indirecta do Estado, apenas deve orientar, sugerir um modelo genérico de
programação e os objectivos que devem atingir, mas nunca exigir a forma como
devem atingir os objectivos: é nisto que consiste o poder de Superintendência.
Assim, é necessário privatizar a RTP, de forma a "Despartidarizar",
ou seja, a reduzir as influências/interferências dos partidos na informação dos
canais públicos, fazendo com que deixem de estar "contaminados" pela
fidelidade de quem manda. Acreditamos que a comunicação social não deve ser
propriedade do Estado, para o bem da democracia, e que não pode padecer de
servilismo do Governo. Mas, apesar de tudo, ainda acreditamos que é precisamente
por permitir essas "manobras políticas" que tem sido adiada a sua
privatização.
Além
disso, em Portugal, também se verifica, de forma revoltante e desgostosa,
situações degradantes de carências nos ramos da saúde e educação. Podemos
exemplificar o caso da espera de um ano para certos cidadãos Portugueses
acederem a uma consulta, bem como o caso de certas escolas, sobretudo no
interior do nosso Portugal, em que se verifica, no Inverno, chuva nas salas de
aula. Estas situações poderiam ser evitadas se certos sectores sob a égide do Estado
não criassem tanto prejuízo, podendo ser canalizados os montantes injectados
para necessidades de primeiro plano. Comporta-nos, portanto, a nós, arranjar uma
solução equilibrada, que permita uma eficiente conjugação da despesa pública
com o interesse público. O “buraco” da RTP só poderá ser combatido com a venda
da mesma a entidades privadas, amortizando, deste modo, a dívida criada e, por
outro lado, acabando com os prejuízos que tão gravosamente têm afectado o
estado Português.
Pela análise da programação de 16 a 22 de
Dezembro de 2012, conseguimos estabelecer uma distinção entre programas que
prosseguem o interesse público e aqueles que não prosseguem. A base dessa
distinção (que se pode aferir nos anexos) fixou-se em programas culturais,
informativos, que retractam problemas socias e políticos, de entretenimento
educativos ou culturais, documentários e programas vocacionados para a
aprendizagem, que prosseguem o interesse público, sendo que os restantes (não
pondo em causa o seu valor de importância) entram no lote dos programas que não
contribuem para o interesse público. Por esta análise conseguimos chegar a um
resultado deveras impressionante. A RTP 2 é o canal que prossegue o interesse
público de forma mais abundante com uma média de 71 horas semanais de programas
desse conteúdo, seguindo-se a RTP 1 com 53 horas, e, de seguida, a SIC e a TVI
com 42 horas cada. Pela análise destes dados, verificamos que o problema dos canais
privados não prosseguirem o interesse público é um argumento algo duvidoso,
visto que a diferença horária entre a RTP1 e os canais privados, no que
comporta aos programas que prosseguem o interesse público, se situa nas 9 horas
semanais. O mesmo canal, para além de não se afastar muito das horas semanais
de programas de interesse público em relação à TVI e à SIC, não reflecte um
maior número de audiências. O único problema que se levanta é relativo à RTP 2,
que tem 71 horas semanais de programas que comportam o interesse público. No
entanto, podemos pôr em causa a sua eficiência, visto ter apenas 7,51% de share. Portanto, através de uma análise
coerente e realista, verificamos que a defesa dos canais públicos protegerem o
interesse público é puramente especulativa, uma vez que o mesmo se comporta de
forma deficiente.
Apontamos, portanto, a privatização como
única solução possível. Contudo, apesar de defendermos a privatização da RTP, não
colocamos em causa o interesse dos particulares, sobretudo daqueles que, por
força de não terem condições económicas para ter televisão paga, ficam com um
acesso precário no que respeita à cultura e informação. Por conseguinte,
pretendemos criar uma situação intermédia, que não comprometa nem o interesse
público, nem a despesa pública. A nossa posição é a da venda dos direitos do
grupo RTP a um privado, passando a existir quatro canais privados em sinal
aberto. Contudo, como forma de protecção dos interesses das pessoas,
pretendemos somar o número de horas semanais de programas que prosseguem o
interesse público na RTP (que englobam a RTP 1 e a RTP 2) e distribuí-los pelos
canais privados. Esta medida seria executada da seguinte forma:
·
Em
primeiro lugar, somamos as horas que prosseguem o interesse público da RTP 1 e
RTP 2, o que nos dará um número aproximado de 124 horas semanais;
·
Em
segundo lugar, passaremos a uma redistribuição de horas pelas empresas
privadas. Para que esta medida não seja muito penosa para as entidades privadas
(pois se fizéssemos uma redistribuição das 124 horas verificávamos que, para
além das horas que as mesmas já comportam, seria um esforço diário de 4 horas,
o que se torna extremamente prejudicial no que reporta às receitas obtidas pela
publicidade, que seria menor) defendemos que apenas sejam distribuídas metade
das 124 horas, ou seja, 62, o que levaria a que cada canal privado assegurasse
por dia, para além das horas que já comporta por semana (42 horas), mais 2
horas diárias. Para haver uma eficiente e justa distribuição, os novos dois
canais privados assegurariam as 42 horas semanais que os outros 2 canais
privados asseguram, assim como também as 2 horas extra que lhes são impostas.
Os quatro canais privados ficariam obrigados às 42 horas semanais que já
prosseguem, sendo a distribuição das mesmas livre e de acordo com os seus
interesses. Em relação às duas horas diárias extra, as mesmas teriam de ser
transmitidas entre o período das 12 horas às 24 horas, visto que este período é
o que detém mais espectadores. Para promover a eficiência, nenhum canal, no que
respeita às horas extra, poderia transmitir as mesmas em horários coincidentes
com as do outro privado. A distribuição de horas seria da competência da
entidade reguladora da comunicação social, ou de outra entidade criada pelo
Decreto-lei, conforme explicitaremos adiante. Os programas transmitidos nessas
2 horas extra seriam da escolha do canal em causa mas teriam de respeitar os pressupostos
que promovessem o interesse público segundo os critérios anteriormente
descritos. Os dois novos canais também assegurariam manter os postos de
trabalho que a RTP comporta, não contribuindo para o aumento do desemprego, que
é actualmente uma realidade pavorosa no nosso país.
A aplicação destas medidas leva a um
equilíbrio dos shares entre canais
(como verificamos nos anexos), assim como à garantia mais eficiente do
interesse público, bem como ainda à redução da despesa pública.
Poder-se-á colocar a questão da
inconstitucionalidade destas medidas, visto que o artigo 38º/5 da Constituição
garante a existência de um canal televisivo público. A nossa proposta é rever
este preceito, de forma a tornar constitucional a solução apresentada. Assim,
propomos a alteração ao referido artigo, de forma a assegurar o acesso à
televisão a todos os cidadãos, independentemente da natureza pública ou
privada.
Consequentemente, a lei 30/2003 de
22 de Agosto será revogada na sua totalidade. Na sequência desta revogação,
propomos a criação de um Decreto-lei que institua uma entidade ou que atribua
competências à ERC, para regular a distribuição de horas de programas e
atribuir um poder de fiscalização que garanta a prossecução do interesse
público.
Concluímos assim que a nossa
proposta é a mais viável, devido ao equilíbrio entre o interesse público e a
despesa pública.
Carolina Felisberto
Joana Silva
João Ramos
Margarida Sá- Marques
Leonor Sena Carvalho
Maria Manuela Coelho
Mariana Baptista de Freitas
Tânia Rodrigues
Margarida Sá- Marques
Leonor Sena Carvalho
Maria Manuela Coelho
Mariana Baptista de Freitas
Tânia Rodrigues
Anexos
Programação Semanal RTP 1-Semana 16/12/12 a 22/12/12
|
02:00
03:30
04:00
06:05
06:30
08:00
10:00
11:00
11:15
13:00
14:15
15:15
16:00
20:00
21:00
21:30
22:15
22:30
|
02:15
02:45
03:45
06:05
06:30
10:00
13:00
14:15
15:15
18:00
19:05
19:55
20:00
21:00
21:30
22:00
22:30
|
03:00
04:30
06:05
06:30
10:00
13:00
14:15
15:15
18:00
19:05
19:55
20:00
21:00
21:30
22:00
23:00
|
01:45
03:15
04:45
06:05
06:30
10:00
13:00
14:15
15:15
18:00
19:05
19:55
20:00
21:00
21:45
22:15
23:15
|
02:15
04:00
04:45
06:05
06:30
10:00
13:00
14:15
15:15
18:00
19:05
19:55
20:00
21:00
21:45
22:15
|
06:30Bom Dia Portugal
09:00
Praça da Alegria Direto
13:00Jornal da Tarde Direto
14:15Vidas
em Jogo
15:15Portugal
no CoraçãoDireto
18:00Portugal
em DiretoDireto
19:05O
Preço Certo
19:55Direito de Antena
20:00TelejornalDireto
21:00AntiCrise
21:30Gala
Príncipes do Nada - "Um Por Todos"Direto
23:30O
Último Destino
(Filme)
01:15Em
Terra Selvagem
(Filme)4:3Maiores
de 16 Anos
03:00RTP Artes
03:45Layout
Um projeto da Academia RTP
04:15Ribeirão
do Tempo
05:00Televendas
06:05Mudar
de Vida
|
08:00Bom Dia Portugal Fim de Semana
11:00Tintim
Por Tintim
11:15Futsal: Campeonato Nacional 1.ª
Divisão
13:00Jornal da Tarde
14:15Top +
16:15Zig Zag
Especial Natal
17:15Polar
Express
19:05O Preço
Certo
20:00Telejornal
21:00Decisão
Final
22:00Herman
2012
|
A vermelho encontra-se os programas considerados de
interesse público.
O critério utilizado para distinção foi baseado em se o
programa é informativo, cultural, retrata temas das sociedade,
documentários, programas de entretenimento educativos ou culturais e
programas vocacionados para aprendizagem;
|
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
|
Programação Semanal RTP 2- Semana 16/12/12 a 16/12/12
1622/12/12 22/12/12
|
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
|
00:10
01:40
05:45
07:00
07:30
08:00
09:00
09:26
09:52
10:45
13:45
14:15
14:45
15:00
19:00
19:30
20:00
21:00
22:00
22:30
23:30
|
00:30
02:00
06:15
07:00
13:45
14:00
15:30
16:10
17:00
18:00
18:30
19:00
19:45
21:00
21:50
22:00
22:37
22:45
23:45
|
01:15
01:45
07:00
13:45
14:00
15:30
15:45
16:00
17:00
18:00
18:30
19:00
19:45
21:00
22:00
22:37
22:45
|
00:30
01:35
02:15
07:00
13:45
14:00
15:30
16:00
17:00
18:00
18:30
19:00
19:45
21:00
22:00
22:37
22:45
23:15
23:45
|
00:45
01:45
07:00
13:45
14:00
15:30
16:10
17:00
18:00
18:30
19:00
19:45
21:00
22:00
22:37
22:45
|
01:32
02:04
02:37
03:08
05:21
05:30
07:00
13:45
14:00
15:30
15:45
16:10
17:00
18:00
18:30
19:00
19:30
20:00
21:00
22:00
22:37
22:45
23:30
|
01:30 - Palcos
02:30 – Consigo
03:00 - A Entrevista De Maria Flo...
03:30 - Euronews
05:00 - Diário Câmara Clara
05:30 - Sociedade Civil
07:00 - Fórum áfrica
07:30 - África 7 Dias
08:00 - Zig Zag
13:30 - Quem Fala Assim
14:00 - Parlamento
15:00 - Desporto 2
19:00 - Eureka!
19:30 - Criativar
20:00 - Family Guy
21:00 - Bollywood Boulevard
22:00 - Hoje
22:40 - O Barão
|
A vermelho encontra-se os programas considerados de
interesse público.
O critério utilizado para distinção foi baseado em se o
programa é informativo, cultural, retrata temas das sociedade,
documentários, programas de entretenimento educativos ou culturais e
programas vocacionados para aprendizagem;
|
Audiências da RTP
Audiências de Outubro de
2012 nos dias úteis
Audiências da RTP
durante o fim-de-semana
Legislação
Constituição
da República Portuguesa
Artigo 38º Liberdade de
Imprensa e Meios de Comunicação Social
1. É garantida a liberdade de imprensa.
2. A liberdade de imprensa implica:
a) A liberdade de expressão e criação dos jornalistas e
colaboradores, bem como a intervenção dos primeiros na orientação editorial dos
respectivos órgãos de comunicação social, salvo quando tiverem natureza
doutrinária ou confessional;
b) O direito dos jornalistas, nos termos da lei, ao acesso às fontes de informação e à protecção da independência e do sigilo profissionais, bem como o direito de elegerem conselhos de redacção;
c) O direito de fundação de jornais e de quaisquer outras publicações, independentemente de autorização administrativa, caução ou habilitação prévias.
b) O direito dos jornalistas, nos termos da lei, ao acesso às fontes de informação e à protecção da independência e do sigilo profissionais, bem como o direito de elegerem conselhos de redacção;
c) O direito de fundação de jornais e de quaisquer outras publicações, independentemente de autorização administrativa, caução ou habilitação prévias.
3. A lei assegura, com carácter genérico, a divulgação da
titularidade e dos meios de financiamento dos órgãos de comunicação social.
4. O Estado assegura a liberdade e a independência dos órgãos de
comunicação social perante o poder político e o poder económico, impondo o
princípio da especialidade das empresas titulares de órgãos de informação
geral, tratando-as e apoiando-as de forma não discriminatória e impedindo a sua
concentração, designadamente através de participações múltiplas ou cruzadas.
5. O
Estado assegura a existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e
de televisão.
6. A estrutura e o funcionamento dos meios de comunicação social
do sector público devem salvaguardar a sua independência perante o Governo, a
Administração e os demais poderes públicos, bem como assegurar a possibilidade
de expressão e confronto das diversas correntes de opinião.
7. As estações emissoras de radiodifusão e de radiotelevisão só
podem funcionar mediante licença, a conferir por concurso público, nos termos
da lei.
Proposta
de alteração: promovemos uma revisão constitucional de modo a alterar o
disposto nº5 do referido artigo. Assim, de acordo com a realidade apresentada,
apresentamos:
5. O Estado assegura a existência de um funcionamento de um
serviço público de rádio e de televisão, público ou privado.
Lei de
Financiamento 30/2003 de 22 de Agosto
Propomos a revogação total.
0 comentários:
Enviar um comentário